sáb20jul
QUILOMBO MESQUITA, CIDADE OCIDENTAL – GO
Guardiões do amanhã: Diálogos sobre Produção cultural, racismo ambiental e justiça climática
A atividade irá promover diálogos sobre as estratégias e tecnologias ancestrais dos povos e comunidades tradicionais para enfrentar desafios ambientais e sociais.
É cada vez mais evidente a necessidade de que a produção cultural se engaje no tema das emergências climáticas, reduzindo o impacto ambiental que gera, estimulando mudanças estruturantes nas suas operações, nas relações humanas, na formação de equipes, nos modelos de produção, nas relações com os fornecedores e prestadores de serviço. Os festivais têm o poder de inspirar e engajar o público nas transformações imprescindíveis para o futuro do planeta.
Acreditando no papel social dos festivais de arte e cultura e na importância de ampliar perspectivas, conceitos e ações de sustentabilidade na produção cultural, é necessário ouvir os povos tradicionais e pensar dimensões muitas vezes ocultas no debate ambiental, tais como as relações entre clima, justiça social e equidade de raça, gênero e território. Por isso, a roda de conversa será composta por especialistas/lideranças indígenas, quilombolas e de terreiro, a quem consideramos guardiões do futuro, a quem devemos reconhecimento. Os diálogos propostos são trocas inspiracionais para orientar novos caminhos para a realização dos festivais de arte e cultura.
Queremos, ainda, engajar a produção cultural para agir em torno das emergências climáticas e criar um espaço de experiências e estratégias que reconheçam a intersecção entre clima, justiça climática e racismo ambiental.
Em Guardiões do amanhã, propomos ouvir e proteger as vozes de defensoras e defensores do meio ambiente: mulheres e homens indígenas, quilombolas e de terreiro que, há muito, apontam tecnologias, cultura e caminhos práticos e poéticos para o futuro da humanidade. Que essas vozes possam ecoar, cada vez mais, no setor cultural.
Para a realização dessa atividade, dois dos principais festivais de Brasília uniram forças. O Festival Latinidades, desde a primeira edição, é motivado pelo propósito de promover equidade de gênero e raça, utilizando arte e cultura e as cosmovisões ancestrais negras como faróis. O festival CoMA – Consciência, Música e Arte carrega em seu DNA a pauta da sustentabilidade e o propósito de transformação que, inclusive, figura como tema principal da edição 2024.
A atividade vai ser realizada no Quilombo Mesquita, no Estado de Goiás. O Quilombo fica há apenas 50km de Brasília. O material audiovisual captado durante o evento fornecerá subsídios para pílulas audiovisuais sobre sustentabilidade e que serão veiculadas no palco dos festivais Latinidades e Coma antes dos shows e palestras. Além disso, serão mobilizados outros festivais comprometidos com a pauta para participarem da atividade, bem como para multiplicar esses conteúdos, vozes e saberes.
Mais do que reduzir o impacto ambiental que nossos festivais geram, queremos mudar o mundo. Sem equidade não tem justiça climática. Sem planeta, não tem festival.